Laços misteriosos na estrutura da realidade: os físicos viram pela primeira vez os "anéis de Alice"
Uma dessas descobertas diz
respeito a loops misteriosos que foram recentemente observados em gás
superfrio, revelando os segredos do seu magnetismo único.
Esses anéis enigmáticos, que
lembram curvas do País das Maravilhas, foram apelidados de “Anéis de Alice”, uma
homenagem a uma personagem da literatura cujas aventuras muitas vezes a levavam
a lugares inacreditáveis.
Os monopolos, aqueles pólos de
magnetismo difíceis de encontrar, estão no centro desta história fascinante.
No sentido tradicional, quando você corta um ímã, você ainda tem dois pólos: norte e sul.
Contudo, no mundo
quântico, os monopolos parecem funcionar de forma diferente, criando magnetismo
unidirecional.
A capacidade de perceber esses
pólos magnéticos unidirecionais em campos quânticos abriu a porta para a
compreensão das complexidades da natureza no nível microscópico.
O físico Mikko Möttonen, da Universidade Aalto, na Finlândia, tem estudado essas estruturas quânticas incomuns.
Em 2015, a sua equipa observou um
monopolo topológico isolado num condensado de Bose-Einstein, tornando-o um dos
momentos-chave na investigação sobre este tema.
Mas a ciência é dinâmica. Dois
anos mais tarde, Möttonen e a sua equipe fizeram outra descoberta
surpreendente:
Os monopolos podem evoluir para
algo completamente diferente:
As cordas de Alice.
O que torna os anéis de Alice tão fascinantes?
Embora os monopólios tradicionais
durem pouco tempo, os anéis de Alice podem durar até vinte vezes mais.
David Hall, físico do AmherstCollege, observa que, vistos de fora, esses anéis podem parecer monopolos
típicos.
Mas a realidade é mais complicada quando olhamos mais profundamente, e passar pelo anel pode mudar a nossa percepção do mundo circundante.
Esta descoberta notável permite
aos cientistas mergulhar nos mistérios do magnetismo unidirecional em campos
quânticos.
À medida que a equipa de Möttonen
continua a sua investigação, torna-se claro que a nossa compreensão do Universo
está a evoluir.
Graças a avanços como os anéis de
Alice, estamos cada vez mais perto de compreender a realidade ao nível mais
básico e os estranhos fenómenos que nela ocorrem.
O estudo foi publicado na revista Nature Communications.